Choose your language

English (32) Deutsch (22) Español (12) Português (8) Slovak (7) Hungarian (6) Croatian (5) Française (4) Czech (1) Italiano (1) Romanian (1)

Friday, October 30, 2009

Selando feridas em árvores - Português

Sealing wounds on trees - English

Selando feridas em árvores - Português
Este eu escrevi para o bonsainut em Janeiro de 2009
Alguém poderia pensar que a questão sobre selar ferimentos é algo que poderia ser simplesmente resolvida apenas escutando um profissional que poda árvores como modo de vida, ou um cientista que faz pesquisa com práticas horticulturais. Porém não é assim tão simples. Existem disputas sobre este assunto nos clubes de jardinagem. Existem disputas sobre este assunto nos jornais locais quando árvores são podadas em um parque. No bonsai é praticamente uma guerra santa. Como pode ser possível que uma questão que não deveria deixar dúvida alguma devido sua simplicidade causa tanto alvoroço?
A maior razão, ao meu ver, é que a maioria das pessoas, em geral, não tem ou praticamente não tem idéia alguma sobre o funcionamento de uma planta, mas tem uma idéia geral sobre o funcionamento do corpo humano. Eles sabem que se uma pessoa tem um ferimento grande que não é tratado, isto não é muito saudável. Eles sabem que se deve evitar apodrecer por dentro quando se é um mamífero. Se eu disser que qualquer tratamento iria piorar a situação, e que a ferida deveria ser deixada aberta, me chamariam de doido ou ignorante, e estariam corretos. E o mesmo deveria ser verdade com as árvores, e a terra é chata. Selantes foram e continuam sendo uma idéia baseada neste desentendimento. Então veio Dr. Shigo e revolucionou o mundo da horticultura. Sua pesquisa descobriu algo chamado compartimentalização. De uma maneira doida, ele nos diz que as plantas não apodrecem de dentro para fora, elas formam compartimentos com barreiras químicas e físicas. Estes compartimentos começam no centro de um tronco e ocorrem em diversos anéis até a parte de fora. Enquanto o compartimento de dentro irá apodrecer algum dia, a podridão não irá continuar até o próximo compartimento facilmente. Ela até vai, eventualmente, mas a parte de fora da árvore irá crescer e formar um novos compartimentos. Mesmo se um compartimento interno apodrecer ainda existirá outro mais externo onde a parte vive da planta continuará crescendo. Este processo normalmente é tão lento que a árvore irá crescer para longe da parte podre por anos ou mesmo séculos. Praticamente todas coníferas velha na natureza possuem partes podres em seu interior. Mas graças à compartimentalização, elas não morrem.
Dr. Shigo descobriu que humanos que "ajudam" as árvores, mais ou menos profissionalmente, cometem dois erros:
1) Fazem cortes planos, perpendiculares ao tronco, e desta forma fazem ferimentos grandes que passam por diversos compartimentos. Portanto, criam um grande perigo, onde compartimentos saudáveis passam a ser facilmente invadidos por todo tipo de organismos, fungos, e eventualmente apodreção. 
2) Selantes de ferimento são aplicados convencionalmente com o objetivo de prevenir o apodrecimento das partes internas das plantas. Ele descobriu que ocorre justamente o oposto como conseqüência. Em primeiro lugar, na natureza não existe maneira de prevenir que algum tipo de fungo ou bactéria entre em um ferimento novo. Se algum paisagista pensa que pode prevenir isto, ele está simplesmente enganado. Se você sela o ferimento, irá criar um ambiente ideal para estes organismos trabalharem. Eles necessitam de calor e umidade, o que pode ser conseguido de maneira bem mais eficiente selando um ferimento do que não o fazendo. Então Dr. Shigo revolucionou a horticultura ao postular que selantes de ferimento são superfulos, e podem ainda ser perigosos.
Dr. Shigo é considerado um eterno separados de águas na ciência da horticultura, devido suas descobertas. Um estudante de horticultura que nunca ouviu falar dele é um ignorante. Uma pessoa que pensa que pode combater décadas de estudos científicos das mentes mais brilhantes do mundo com apenas o senso comum é bobo ignorante. Um paisagista que diz não saber sobre Dr. Shigo, e não consegue pronunciar compartimentalização é na melhor das hipóteses uma pessoa simples, ou então um charlatão.
Mas o mundo não mudou tanto. A vertente mais aceita na prática horticultural segue o Dr. Shigo, mas muitas não o fazem. Bem, é fato que alguns vão contra porque leva anos antes de aparecerem os resultados, e eles podem fazer dinheiro ignorando Dr. Shigo. Como assim? Bem, corte um grande galho em um parque público e não trate ele com algo, você verá diversas pessoas pulando sobre você. Eles "sabem" que você está fazendo algo errado. As pessoas pedem para que você trate suas árvores no jardim, e você deixa grandes buracos abertos. Eles irão pensar que você não sabe o que está fazendo. Então existem diversos charlatões que colocam selantes em grandes feridas para fazer dinheiro e para fazer as pessoas se calarem. Estes charlatões sabem que eles não deveriam fazer isto, mas é bom para eles, e não muito ruim para as árvores, pelo menos não imediatamente. E existem ainda, aqueles que não vêem necessidade de continuar seu aprendizado além do básico. Eles continuam fazendo as coisas como eram feitas trinta ano atrás. O problema é que as pessoas preferem ouvi-los do que ouvir a ciência.
Mas o que tudo isto tem a ver com bonsai?
Bem, nós criamos grandes ferimentos nas árvores o tempo todo. Não seriam as descobertas do Dr. Shigo aplicáveis? Minha opinião é que elas certamente são.
Deixando a ciência de lado, agora na prática, o que eu pessoalmente faço após décadas de estudo?
Eu sei que estou ponto em risco os compartimento se eu fizer cortes como normalmente são feitos em um bonsai; ou seja, perto do tronco e ainda com um alicate côncavo que é ainda pior, como Bill V. demonstrou. Ainda assim, decido fazer isto pois sei que não irei matar a árvore. Isto irá criar compartimentos podres, mas NÃO IRÁ MATAR a árvore. Árvores podem ser todas esburacadas e ainda assim ter uma vida bastante longa. Árvores grandes, na natureza, podem ficar em perigo ao perderem estabilidade. Com bonsai, isto não é um problema. Quando faço grandes cortes eu usualmente tenho cuidado de não fazer cortes regulares, como normalmente são recomendados os cortes no bonsai. Existirão calos e em se tratando de um corte grande, sempre existirá um buraco. Com cortes pequenos, existirá sempre uma cicatriz. Eu trato de fazer com que o buraco ou a cicatriz pareçam naturais, ou seja, nunca redondos como se fossem cortados com um alicate. Eu faço escarificações intencionais em toda a borda do ferimento.
Em se tratando de selantes, existe uma grande diferença entre coníferas e não-coníferas. As coníferas em geral não irão apodrecer facilmente pois já possuem os melhores mecanismos de proteção, tais como  resina. Decíduas irão apodrecer muito facilmente, mas eu sei de buracos que irão apodrecer muito mais quando "protegidos". Bem, para a surpresa de muitos eu geralmente quero que o buraco de minhas árvores apodreça. Eu quero buracos grandes e naturais em minhas árvores. Então eu poderia utilizar selantes para fazer com que eles apodreçam. Mas como sei que selantes são superfulos, eu não os uso, em geral.
Eu uso selantes quando faço cortes que eu vejo um perigo de ressecarem muito rapidamente. Acontece em ácer algumas vezes. Alguns galhos eu quebro acidentalmente, e quando penso que podem ter uma chance de se curar eu coloco algum selante no ferimento para prevenir a desidratação. Eu uso um selante que irá desaparecer por si mesmo depois de alguns meses, e que é inexpensivo e pouco visível: Gordura para Ordenhar! Tem uma agropecuária perto da minha casa e eu compro esta gordura por quase nada. (sim, é uma gordura que se usa nas mão para ordenhar as tetas das vacas). É praticamente invisível, age como a Vaselina, age por cerca de um ano e certamente não é venenosa.
E eu escondo ferimentos recentes colocando alguma camuflagem neles.
O que eu digo para aqueles que insistem em selar todo tipo de ferimento nos bonsai? Bem, vá em frente se isto te faz sentir bem, mas lembre que isto faz mais bem a VOCÊ do que a árvore propriamente dita. E não acredite em quem diz que ao usar o selante você será uma pessoa melhor.
Amem.
Walter Pall
Traduzido para o Português por João Pedro Arzivenko Gesing

Wednesday, October 28, 2009

Reconhecendo Padrões no Julgamento de Bonsai - Portuguese

Reconhecendo Padrões no Julgamento de Bonsai

Você consegue diferenciar uma conífera de uma folha larga, somente olhando uma foto? Claro que consegue, qualquer criança consegue. Você consegue diferenciar mesmo quando uma conífera cresce como uma folha larga,e vice versa? Claro que consegue. Você percebe isto em um piscar de olhos sobre a imagem.
OK, agora explique como você fez essa decisão. Alguns serão bem sucedidos em dar uma boa explicação, alguns darão uma explicação pobre, e outros nem darão bola. Mas todos gastarão algum tempo tentando articular uma coisa que eles sabem em um piscar de olhos.
Mesmo que nosso cérebro saiba como como fazer esta classificação, nossa mente consciente entretanto, não é capaz de articular regras. Nosso cerebro é excepcionalmente bom neste tipo de tarefa. Somos maquinas ótimas de reconhecer padrões.
Nosso cérebro se desenvolveu para fazer exatamente isto com grande precisão. Se temos um conjunto de objetos nós podemos formular regras internas para classificá-los. Quando você aprende a ler, lhe é mostrado muito exemplos da letra "a". Você aprende a ver a letra "a" mesmo se for escrita a mão, ou datilografada. Você pode dizer a letra "a" imediatamente mesmo que escrita com uma caligrafia péssima ou impressa em algum lugar incomum. Você pode fazer isto mesmo que nunca tenha visto esta "fonte" anteriormente. Mas seria bastante difícil se você fosse tentar explicar como chegou nesta conclusão a cada vez.
Você é muito bom em decidir instantaneamente que uma letra não é a "a". Portanto, deve existir um mecanismo que possibilita a você fazer a leitura do texto em uma velocidade enorme.
Conhecimento de algo abstrato é ainda mais complexo. Você aprende muito cedo o que é um bom e um mau comportamento. Lhe são dados muitos exemplos quando criança. Quando você cresce seu cérebro cataloga muitos exemplos de o que é bom ou mau comportamento, em algum ponto descobre regras e como se decidir. Quando você é posto em uma situação nova em sua vida, na qual você nunca esteve antes, você pode instantaneamente aplicar as regras. Portanto, todos temos regras internas, mas elas variam dependendo de como foram desenvolvidas. Desta forma nós temos uma noção diferente sobre moral. Estas diferenças se tornam marcantes quando conhecemos uma pessoa que cresceu em uma cultura completamente diferente e que aparentemente aplica regras radicalmente diferentes a respeito da distinção de "bom" e "ruim".
Então, o que isto tudo tem a ver com bonsai? Bem, ocorre exatamente o mesmo quando aprendemos a apreciar um bonsai. Nós aprendemos que uma árvore que segue as regras, as quais são escritas na pedra, são boas.  Quando ela quebra uma destas ruas, ela se torna ruim. Nós aprendemos que as árvores desenhadas por Naka, Kimura, qualquer grande mestre japonês, são boas. Não nos contentamos com o que nos é simplesmente dito. Aprendemos a procurar padrões nas árvores que vemos. Nós aprendemos a ver "boas" aplicações das regras bem como aplicações "ruins".  Nós aprendemos a ver similaridades em árvores que são "boas" e criamos internamente nossas próprias regras de como decidir. Então podemos julgar uma árvore que nunca vimos antes. Podemos dizer de longe quando vemos um pedaço de material bruto ou uma obra de mestre. Não somos igualmente bons nisto. Alguns podem ir bastante longe e se tornar bons julgadores de bonsai. Tenha em mente que não existe nada escrito aqui sobre a palavra CRIAR bonsai. É tudo questão de julgar o que vemos. Neste conceito uma pessoa pode se tornar um especialista em julgar bonsai sem nunca ter encostado em uma árvore.
A questão agora é, em que extensão estamos verdadeiramente julgando o mérito de um bonsai, e em que extensão estamos somente utilizando nossa habilidade de reconhecimento de padrões.
Sim, alguns bonsai tem a habilidade de nos comover emocionalmente,  de passar uma mensagem, de nos fazer ver sua "alma". Mas como saber se esta resposta não é simplesmente uma reação aprendida? Apreciação de bonsai requer treinamento. Não é, geralmente, o caso de alguém que sem treinamento poderia distinguir um bonsai "bom" de um "ruim". Não é possível que o que chamamos de treinamento artístico seja essencialmente treinamento para classificar padrões?
Um passo adiante agora. Eu treinei a mim mesmo para apreciar bonsai contemporâneos, vendo muitos deles, se meu cérebro é bom neste tipo de coisa, então eu devo formular regras para descobrir o que eu considero bonsai "bons" e distingui-los dos "ruins". Quando vou até uma exposição e vejo o trabalho de um novo artista, eu vou aplicar minhas regras de "bom" e "ruim" e fazer meu julgamento se este artista é de alguma forma bom. Desde que a maioria de nós é treinado pelos mesmo livros e por exeplos similares de bonsai "bons" ou "ruins", nossa opinião será parecida com a de outros bonsaistas, e  o novo artista será rotulado de acordo com isto.
Da mesma forma isto se aplica com os artistas de bonsai. Se eu decidir me tornar um mestre de bonsai, eu vou julgar meu próprio trabalho bom as mesmas regras de "bom" e "ruim" e produzir bonsai que transpareçam meus próprios critérios de julgamento. Portanto, uma vez que alguns trabalhos se estabilizam como exemplos da boa arte, fica praticamente garantido que este padrão será perpetuado pelos futuros artistas e críticos. Isto vai tão longe que um número considerável de entusiastas e artistas acreditam que existe apenas um caminho para fazer um "bom" bonsai. Existe uma forte tendência ao fundamentalismo, isto é inerente ao sistema que envolve o gosto pelo bonsai.
Agora, na apreciação do bonsai existe, é claro, mais de um padrão de reconhecimento, mas existe alguma maneira, de algum dia separar os dois? Normalmente não existe um observador de fora do sistema, e nunca poderemos saber em que extensão nossas preferências são baseadas no conhecimento de padrões, do qual recebemos treinamento no passado.  Mas você lembra o exemplo acima quando "sabemos" exatamente o que é moralmente bom ou ruim e que uma pessoa de outra cultura pode ter um código completamente diferente de moral? Esta questão é sobre quando escutamos uma pessoa que vem de outra cultura do bonsai. Se escutarmos, vamos entender o que ele está falando? Provavelmente não, e provavelmente vamos querer rebater com nosso código muito bem definido sobre o mundo do bonsai ao invés de questionarmos continuamente o que estamos pensando. Não percebemos que o que estamos pensando sobre regras "naturais" somente se desenvolveram acidentalmente, e se tornaram um código amplamente aceito. Mas por pura coincidência poderia ter sido um código completamente diferente.
Não poderíamos trazer a uma exposição de bonsai uma pessoa da rua que nunca foi exposta a qualquer teoria sobre bonsai? Claro, poderíamos, mas o que esperar? A pessoa faria alguns julgamentos e daria algumas explicações, mas ela não irá nos dizer muito mais do que teria dito uma pessoa bem leiga e sem histórico em nossa frente.  A arte não deixa de ser uma forma de linguagem, sem ficar na chuva para se molhar, ninguém pode aprender a ler esta linguagem.
Uma historia fala sobre uma pessoa que se aproxima de Picasso e lhe fala "Senhor Picasso, eu não entendo sua arte". Picasso responde, "você sabe chinês?". "Não". "mas Chinês pode ser aprendido".

Como saberemos algum dia a verdadeira diferença entre elitismo perpetuado pelo reconhecimento de padrões e o valor intrínseco de um bonsai?

Adaptado de: "Art and Elitism: A Form of Pattern Recognition" by

Kunal Sen, 2007, Encyclopedia Britannica blog

Walter Pall
Traduzido para o Português por João Pedro Arzivenko Gesing

Friday, October 23, 2009

Pattern recognition in judging bonsai - English

Pattern Recognition in Judging Bonsai, or How Bonsai Taste Evolves
by Walter Pall

(This article is also published in Art of Bonsai Project under 'eristic')

Can you tell the difference between a conifer and a broadleaved tree just from looking at an image? Sure you can, any child can do this. Can you tell the difference even when the conifer grows much like a broadleaved tree would normally and the broadleaved tee grows like a conifer? Sure you could. You see this in a split second looking at an image.

OK, now explain how exactly you made the decision. Some will succeed in giving a good explanation, some will come back wit a poor explanation and some will not bother. But all will take quite a while to articulate something that they have 'known' in a split-second.

Even though our brain knows how to do this classification, our conscious mind is often incapable of articulating the rules. Our brain is exceptionally good at this type of task. We are amazing pattern recognition machines.

Our brain has evolved to do exactly this with great accuracy. If we have a set of objects we can form internal rules by which we classify them. When you learned how to read you were shown many examples of the letter 'a'. you have learned to see the letter 'a' whether it's hand written or printed. You can tell the letter 'a' immediately even if written in bad hand writing or printed in unusual script. You can do this even when you never had seen this handwriting or this script before. But you would be hard pressed to explain every time how you came to your conclusion.

You are very good in deciding instantly that a letter is NOT 'a'. So there must be some mechanism that enables you to do this to read texts at an enormous speed.

Recognition of abstract things is even more complex. You learn early what is good and what is bad behavior. You are given many examples in your childhood. As you grow to an adult your brain catalogs all examples of good and bad acts and at one point discovers rules of how to decide. When you get to a new situation in life that you never were in before you can instantly apply these rules. So we all have internal rules, but they differ slightly depending on how they developed. Thus we have slightly different notions about morals. These differences become striking when we meet a person who grew up in an entirely different culture and who apparently applies radically different rules for the distinction between 'good' and 'bad'.

So what has all this to do with bonsai taste? Well, exactly the same happens when we learn to appreciate bonsai. We learn that a tree that follows the bonsai rules which are written in stone it is good. When it breaks one of these rules it becomes bad. We learn that trees designed by Naka, Kimura, any great Japanese master are good. We are not content with just being told. We learn to search images of trees for patterns. We learned to see 'good' application of rules and 'bad' application. We learn to see the similarities in trees which are 'good' and we somehow create our own internal rules of how to decide. We can then judge a tree which we have never seen before. We can tell right away whether we have a piece of raw material or a masterpiece in front of us. We are not equally good at this. Some can get very far in this and become experts in judging bonsai. Mind you there was no word about CREATING bonsai here. It is all about judging from seeing. In this concept a person can be an expert judge for bonsai without ever having touched a tree.

The question now is, to what extent are we truly judging the merit of the bonsai, and to what extent are we just using our pattern-recognition skills.

Yes, some bonsai have the ability to move us emotional, to convey a message, to make us feel their 'soul'. But can we be sure that this response isn't simply a learned reaction? Appreciating a bonsai takes training. It is generally not the case that someone who has no training can appreciate and distinguish 'good' from 'bad' bonsai easily. Is it not possible that what we call artistic training is essentially training for pattern classification?

One step further now. I have trained myself to appreciate contemporary bonsai by experiencing it a lot, and if my brain is good at that sort of thing, then I'll form rules for discovering what I was told was 'good' bonsai and distinguishing it form the 'bad'. When I visit an exhibit and see the work of a new artist, I will apply my rules of 'good' and 'bad' bonsai and make my judgment on whether this artist is any good. Since most of us were trained by the same books and by similar examples of 'good' and 'bad' bonsai, our opinions will often be similar to other bonsaist, and the new artist will be branded accordingly.

At the same token this applies to bonsai designers. If I decide to become a bonsai master, I will judge my own work by the same abstract rules of 'good' and 'bad' and produce bonsai that pass my own criteria for judgment. Therefore, once it is established that some works are examples of good art, it almost guarantees that the pattern will be perpetuated by future artist and critics. This goes so far that a considerable number of bonsai connoisseurs and artists believe that there is only one way to do it 'right'. There is a strong tendency for fundamentalism; it is inherent in the system of how bonsai taste evolves.

Now in appreciating bonsai there is, of course, more than just pattern recognition here, but is there any way for us to ever separate the two? Normally there is no observer here from outside of the system, and we can never know to what extent our preferences are biased by the pattern-recognition training we have received in the past. But you remember the example of above when we 'knew' exactly what was morally good or bad and all of a sudden a person from another culture had a very different moral code. The question is whether we even listen to someone who comes from another bonsai culture. If we listen, do we understand what he is saying? Probably not really, and probably we want to stay in our cozy well established and defined bonsai world rather than constantly question what we are thinking. And we don't realize that what we think are 'natural' rules just evolved accidentally and became a generally accepted code. But by sheer coincidence it could have become a very different code.

Can we not bring into a bonsai exhibit a person from the street who was never exposed to any bonsai or theory about them. Well, we can, but what do we expect? The person will make some judgments and will give some explanation, but they will not really tell us much more than that we have someone with a very naive taste and no background in front of us. Art form is also a language in itself, and without training and exposure one cannot learn how to read that language.
The story is told about a person approaching Picasso and told him 'Mr. Picasso, I don't understand your art'. Picasso replied, 'do you know Chinese?'. 'No'. 'but Chinese can be learned.'

How will we ever know the true difference between elitism perpetuated through pattern recognition and the intrinsic value of a bonsai?



Adapted from: "Art and Elitism: A Form of Pattern Recognition" by
Kunal Sen, 2007, Encyclopedia Britannica blog

Thursday, October 22, 2009

Reflexões sobre apreciação de bonsa - Português


Reflexões sobre apreciação de bonsai.


Este artigo foi publicado no "Art of Bonsai Project" (projeto bonsai-arte, na tradução livre). Ele foi submetido para uma revista de bonsai americana, muito prestigiada, mas não foi aceita por medo de "não-entendimento".  Quão burros eles pensam que os bonsaistas americanos são?


Reflexões sobre apreciação de bonsai.
por Walter Pall


Bonsai é a arte do visível. Este argumento é comumente utilizado na teoria da arte para a pintura e escultura. Aparemente trivial, este argumento é bem aceitado no Ocidente. Na Ásia se pensa o oposto: bonsai é a arte do invisível. O bonsai como peça de arte não é uma partitura aberta, mas sim como um poema de quatro linhas, onde a quarta linha está faltando. Bonsai não é a arte do visível, é a arte de fazer visível, durante o processo de visualizar algo acontece dentro do espectador, o qual vê algo que não está lá.

Do ponto de vista do designer, bonsai é a arte de fazer visível algo que não estava lá previamente, que pertence ao desconhecido e não pode ser entendido com nosso intelecto. O intelecto pode auxiliar em refletir a respeito da história que a árvore está nos contando sobre a natureza. Mas o intelecto não pode nos ajudar a entender as emoções que estas histórias evocam. 

O espectador fica supostamente concentrado no visível e o que ele sente, não com a técnica que o artista tenha utilizado. Isto não auxilia em compreender um bonsai, se alguém sabe muito a respeito da técnica, de seu design, ou mesmo sobre o artista. O espectador que possui certo conhecimento tem a tendência de desmontar a árvore, e imediatamente começa a critica-la. Ele é tendencioso e não deixa a árvore tocá-lo, falar com ele. Os entusiastas do bonsai são os piores críticos. Eles pensam sobre o que teriam feito, em como poderiam melhorar a árvore, ao invés de deixá-la causar impacto sobre seus sentimentos.  Eles deveriam tentar aceitar, pelo menos por um momento, o bonsai como ele é.  Por esta razão julgar árvores de acordo com "critérios de julgamento" é problemático. Ao invés de deixar o bonsai causar impacto sobre os sentimentos até a alma e pontuar de acrodo com este impacto, o jurado despedaça a árvore com seu intelecto. No melhor caso o trabalho pode ser julgado desta forma, e na pior das hipóteses a árvore será desqualificada justamente pelo forte impacto que geralmente é causado por fatores desconhecidos. Não é julgado o sentimento que o bonsai causa, mas como esse sentimento foi criado.

O espectador preocupado e presunçoso não vai além do tocável, portanto não consegue alcançar o artístico. Ele quer compreender onde não há nada a ser compreendido. O entendimento ocorre com a parte esquerda do cérebro, a qual, entretanto, nunca poderá compreender uma obra de arte porque este não é um processo intelectual. Para o espectador que é normalmente orgulhoso de seu conhecimento, de seu intelecto, o sentimento mais humilhante é ser tocado por algo que é intocável, incompreensível, algo que ele não consegue por em contexto com o real e o mundo compreensivo das mais comuns regras de design do bonsai. Neste caso o espectador é posto em uma posição inferior - ele rege com uma intelectual arrogância, despedaçando o bonsai e odiando-o, porque odeia sua humilhação. Isto explica porque o bonsai que não segue em conformidade as muito bem documentadas regras (japonesas) são normalmente rejeitados, mesmo quando possuem valor artístico muito maior que as árvores clichês. Isto não quer dizer, claro, que um bonsai que foge as regras é automaticamente uma obra de arte.


Schopenhauer tem dito que se deve aproximar de uma obra de arte como uma pessoa de alto nível. Isto quer dizer que devemos humildemente esperar até se aproxime para comunicação. A energia que o artista impõe sobre sua peça, o revela ao espectador que relaxa completamente e coloca sua vontade de lado. De acordo com as atuais pesquisas cerebrais, pode-se dizer que o espectador relaxado deixa seu lado esquerdo do cérebro (sua vontade) a descansar, e admira a obra de arte como ela é, com seu lado direito do cérebro, sem colocar críticas em palavras automaticamente.


É assumido que neste contexto o bonsai em questão é uma obra de arte. Como distinguir a arte real do esforço amador e quem faz isto, é um assunto totalmente novo que requer uma longa explicação em um outro artigo.


Para o espectador não é útil parar em frente da árvore e tentar entendê-la, fazer penetrar em sua mente. Funciona muito melhor se parar em frente da planta e deixar que ela o atinja sem preconceitos. O espectador deve, casualmente, sentir que encontrou as formas, as cores, como se ele próprio tivesse criado o bonsai.
O espectador leigo tem uma vantagem. Ele não tem o conhecimento para reflexões intelectuais. Suas conjecturas não são profundas. Ele tem menos procupações, está mais ocupado em admirar. Como ele não pode entender com seu intelecto, ele simplesmente o deixa de lado. O espectador leigo irá perceber que o bonsai não parece muito natural, como as árvores que ele vê diariamente. Ele irá perguntar o porquê disto. Bem, elas não são imitações de árvores naturais, mas sim idealizações de árvores naturais. E isto é uma questão de gosto - mas o gosto pode mudar. Atualmente o gosto japonês domina o mundo do bonsai, mas isto pode mudar novamente. O espectador leigo é como um alien de uma estrela distante que olha uma revista de moda e faz perguntas sobre o motivo das mulheres não parecerem mulheres "de verdade". A opinião do público geral, o senso comum, entretanto, é suspeito de ser dominado pela mediocridade. Simplesmente, o gosto leigo é normalmente vulgar.

O público leigo não pode ser tão leigo, caso contrário irá perder muito. O público leito deve ocasionalmente se transformar em um público entusiasta do bonsai. O público pode não entender por que árvores mortas são exibidas, quando árvores decíduas não apresentam folha alguma durante o inverno. O uso de muita madeira morta no bonsai é visto por muitos como um sinal de que a árvore está morta, ou irá logo morrer. Bonsai de maior tamanho são normalmente ignorados, porque não são "verdadeiros" bonsai, um bonsai de verdade é bem pequeno.

Um bonsai não é um livro aberto, com conteúdo disponível a qualquer um que olhe para ele. Ele consiste de muitas pistas escondidas, na teoria artística isto se chama "metáfora". Quem não entende as pistas irá ver apenas uma pequena árvore em um pote. Quem não conhece a frase "luta pela sobrevivência", terá muita dificuldade de entender um bonsai cheio de madeira morta, com uma breve veia viva, mas com folhagem exuberante. O descuidado irá perguntar por que a árvore é exibida se já está morta, ou então confessa que isto causa um sentimento doentio. Quem não aceita admirar o que é velho, coisa muito normal entre os asiáticos, irá se admirar muito mais com árvores decíduas joviais do que com velhas coníferas.

Geralmente é um mistério, para o entusiasta, por que uma pessoa fica em frente a um belo bonsai e não pensa que ele é belo. O entusiasta pensaria que a árvore é boa, e que todos deveriam ser capazes de ver isto, inclusive um leigo. Mas isto não acontece. A árvore por si própria não é bonita ou ruim, ela apenas emite sinais. O receptor deve aprender a reconhecer estes sinais, a decifrá-los e então a apreciar a árvore. Isto consume um longo tempo de educação. Apenas a interpretação de sinais leva a informação, onde alguém vê um pobre, ou um belo bonsai. A informação não está na árvore, mas sim no cérebro do espectador. "A beleza está nos olhos de quem vê". O modo que um espectador vê um bonsai é bastante conectado com sua própria experiência de vida, ao conhecimento adquirido pelo espectador. É interessante notar que o conhecimento adquirido não é apenas na forma racional, em palavras, mas também em forma de imagem e emoção.

Muitas pessoas tem problemas com o uso "excessivo" de madeira morta na arte do bonsai. Isto se deve ao fato de não terem visto árvores suficientes com muita madeira morta. podemos ver estas árvores na natureza, mas apenas em condições extremas, como no alto de montanhas, ou regiões áridas. Um fazendeiro das montanhas de Tyrol (região no oeste da Áustria), que nunca viu um bonsai em sua vida, vai até uma exposição, Ele não pergunta "quão velho é este bonsai?", "quanto ele custa?", não, ele pergunta "como pode uma árvore tão pequena ser atingida por um raio?". Ele possui a vivência necessária para saber que qualquer árvore naquele estado foi atingida por um raio alguma vez. Ele não questiona o uso da madeira morta e suas formas extremas, devido a sua experiência de vida.

Por outro lado, podemos encontrar pessoas que sabem muito bem como uma árvore pode ficar em condições extremas, mas ainda assim são contra designs extremos em bonsai. A razão é que muitos espectadores esperam em um bonsai uma representação "ideal" de uma árvore. Sendo a árvore ideal uma árvore mediana, mas excepcionalmente bela, nunca uma extrema. Isto é muito dificil de ser aceito pelo artista que já está entediado com árvores normais, que aprendeu a ver as mais extremas como ideais. O bonsai está indo tão longe do natural ideal que está se tornando abstrato e não aceito pelo espectador leigo.

Pode-se dar o seguinte conselho para o espectador de um bonsai: Livre-se dos nomes, descrições, estilos, formas, e deixe a árvore como ela é, penetrar você (não interprete errado). Tudo que pode ser dito com palavras não tem importância para o espectador, apenas o sentimento conta agora. O espectador deveria olhar, e não ver. Olhar é a forma desarmada de ver um bonsai, sem preconceitos. O espectador é o oposto disto, ele é racional, direcionado. Pode-se dizer que o olhar acontece com o lado direito do cérebro, enquanto o "ver" contece com o esquerdo. Quem aceita este conselho irá esquecer as regras, como o artista fez quando criou o bonsai. O bonsai será um banquete para o olhar, mas não para o intelecto.







Um carvalho californiano, foi exibido na convenção GSBF em 2003, Fresno, CA.

Esta foi a crítica de Walter Pall sobre o carlho de Katsumi Kinoshita from Monterey, CA

"Esta é a árvore mais feia da exibição! Nossa, é muito feia! Eu ando para longe dela, mas paro e olho para trás, ela é muito feia! Indo até a árvore novamente. Como alguém ousa exibir uma árvore destas em uma exibição tão importante? Tudo está errado neste bonsai. Aliás, é um bonsai? ou apenas um pedaço de material em um pote? Olhe a conicidade invertida - terrível. Onde está o nebari? não existe. Onde está o primeiro galho? É uma atrocidade - ocorre em toda a árvore. Esta copa parece mais a de um cogumelo do que de um bonsai. Em uma escala até cem esta árvore ganha menos cinqüenta. Nossa, ela é feia! Distanciando e deixando a árvore falar por si só.

Olhando de volta e tentando ver algum detalhe se aproximando, aproximando. Olhe para isto aqui na parte de trás da copa, é um velho e enorme buraco. Uma coruja gigante deve viver nele. Olhe o tronco - é tão rugoso. Como pode esta atrocidade que é o primeiro galho ter este formato tão incomum. Onde esta árvore adquiriu estas cicatrizes enormes? Deve ser uma árvore realmente muito velha. Quando mais longe eu fico, mais velha ela parece. Este carvalho deve muito bem ter seus quinhentos anos. Que tal isso! Esta árvore está aqui desde antes dos espanhóis virem. O vigia do vale viu os nativos americanos, os espanhois se irem, viu os russos, a corrida do ouro, viu a república da california! ele viu tudo - muito, muito mais do que nós iremos algum dia ver . O vale pertence a esta árvore. Ela é tão forte que não se importa com o que pensamos dela. Não existimos para ela.
Tenho profundo respeito por esta árvore. Começo a admira-la. Ela é tão feia! feia de uma maneira séria, de uma maneira respeitável, como uma pessoa velha. Esta árvore me impressiona profundamente.

É um bonsai? é um bom bonsai? Bem, se bonsai é trabalho e é para julgar pelo intelecto, é um bonsai terrível. Se bonsai é arte, então devemos perguntar: é arte quando toca nossa alma? Sim, é alta arte quando toca profundamente nossa alma? Sim, a arte é sobre criar algo realmente bonito? Não! Arte é sobre criar algo que toque a alma - e pode ser bem feia.
Esta árvore é tão feia que começou a se tornar bela novamente. Queremos melhorar este carvalho? Não, mas talvez possamos deixa-lo um pouco mais feio."

Walter Pall
Traduzido para o português por João Pedro Arzivenko Gesing.

What if 'Traditional 'Bonsai Style did not exist? - English

 Published at
Art of Bonsai Project under  'Eristic'

What if 'Traditional' Bonsai Style Did Not Exist?
by Walter Pall

A few observations have made me to conclude that there is no such thing as THE traditional bonsai style. Traditional is used as synonym to classical very often.

Let?s look at "classical" bonsai as they were shown over times. Where can we do this? Well, it can be done by looking at issues of the Kokufu-ten books over the years. If you ever have a chance to look at one from before the war it will strike you that the majority of trees shown in there don't look at all like what most see as "classical" bonsai today. In fact a majority would be considered inferior today. Then one moves on to editions after the war. One finds that in the late fifties and mid-sixties the bonsai exhibited often look like what is seen as "Classical Traditional Bonsai Style" today by quite a lot of people in the West (but not in Japan!). Going on in time the bonsai have a different feeling again. And in editions of the past ten years they look very much different again.
What most would call THE classical trees is really the trees of the late seventies to end-eighties. Compared to other art forms this is very recent for being called "classical". But for some it is already dated.

Look at what people create who were trained in Japan very recently. Does this look like what we have learned to be "traditional" bonsai style? Most of the times it does not. I am not even speaking of the youngsters who have studied with Kimura. And I am not speaking of those who try to be very contemporary. I am speaking of those who insist that what they have learned and what they are practising is "traditional" bonsai.

I have had the pleasure to interview Kimura in public on stage two years ago. One question went into the direction "what is so different in your style than what we have learned to call traditional?" Kimura insisted that what he was and is doing is "traditional". He insisted that he is in the classical line and all there is to it is may be more attention to detail, to refinement. Well, I don't think so at all.

But what is "traditional, classical" bonsai if it comes in so many radically different appearances? And it even dares to change, to progress.

Traditional, classical means something stable to most. Something to look back and up to, to admire forever. How come what used to be called top classical masterpieces is changing all the time. It is not supposed to. Or is it?

How come that there is definitely a different look between what is created in the West (outside of direct Japanese influence) and called "traditional" and what is coming out of Japan nowadays and also called "traditional"?

I think we can see quite a few more or less radically different styles under the heading "traditional".

I at least see clearly two: The Western Traditional Style and the Japanese Traditional Style.

If this comes as surprise to you, you are in good company. It surprises me too.

Biotreecleaner

I will have a few bottles available for interested folks. At the Bavarian Bonsai Days in Bindlach, Bavaria, Germany one can get them as well as wood hardener for preserving old deadwood with injecting epoxy into the cells. I will also have some very interesting carving bits for 6 mm, plus my CD.

At Noelanders Trophy in Janauary I will have the same offer. Before that time I will write the instructions in English too,.

here the instructions in German:

BIOTREECLEANER - Anleitung
Biotreecleaner ist ein Mittel um Bonsai gründlich zu reinigen, ohne dass die Borke beschädigt wird. Grünbelag durch Algen und Moos wird zuverlässig völlig entfernt. Schmutz wird durch die Säure verbrannt. So kommt bei vielen Borken eine frische Farbe heraus. Die eigentliche Rindenfarbe kommt unter dem Schmutz heraus. So werden Lärchen, Fichten, Kiefern bräunlich statt vorher schmutzig grauschwarz. Wenn die 'neue' Farbe nicht gefällt, einfach einige Wochen bis Monate zuwarten. Die alte Farbe stellt sich dann ganz von selber wieder ein. Biotreecleaner sterilisiert weitgehend die Baumoberfläche. Bakterien, Pilze, Insekten usw. werden stark beeinträchtigt. Biotreecleaner bleicht Totholz und Rinde. Zusätzlich zur Grünbelagentfernung im ganzen Baum erfüllt er also auch die Funktionen von Jinmittel. Das Totholz wirkt aber nicht wie angemalt, sondern sauber mit natürlicher Holzfarbe und -struktur. Einige Gestalter verwenden deshalb Biotreecleaner anstatt Jinmittel.Biotreecleaner hält einige Monate vor. Es wird während einer Vegetationsperiode zwei- bis dreimal angewendet.Herkömmliche Grünbelagentferner, die im Gartenhandel angeboten werden, sind regelmäßig für lebende Pflanzen nicht geeignet. Das 'Bio' in Biotreecleaner steht für die problemlose Anwendung auf Bonsai von den Oberflächenwurzeln bis in die feine Verzweigung , ohne dass das für den Baum schädlich ist.Biotreecleaner wurde an einigen hundert Bonsai über ein Jahr getestet. Dabei waren sehr viel hochklassige Bäume bis Weltklasse. In allen Fällen hat das Mittel gewirkt und keine dauerhaften Schäden bewirkt.
Sicherheitshinweise:
Es handelt sich bei Biotreecleaner um eine Säure. Sie ist ev. für den Menschen gesundheitsschädlich. Berührungen mit der Haut weitgehend vermeiden. Nicht in offenen Wunden oder gar Augen und Schleimhäute. Verschlucken unbedingt vermeiden. Falls es trotzdem auf die Haut kommt, mit normalem Leitungswasser abspülen. Falls es jemals in die Augen kommt, den Kopf unter Wasser tauchen, die Augen weit aufmachen. Vor Kindern unzugänglich aufbewahren. Bei Auftragen mit Pinsel möglichst Handschuh und Schutzbrille verwenden. Bei Aufsprühen unbedingt Mund- Augen- und Hautschutz.
Für Algen, Moose und andere niedere Pflanzen ist Biotreecleaner tödlich, auch bei geringer Dosierung. Für höhere Pflanzen, auf Rinde oder Borke aufgetragen unschädlich, auf Totholz aufgetragen unschädlich, auch in höherer Konzentration, auf Äste mit grüner Rinde ev. schädlich, aber meistens harmlos, auf Nadeln von Koniferen meist unschädlich, auf Blättern von Laubbäumen ev. leichte Verbrennungen und Verfärbungen möglich, jedoch ohne Dauerschaden.

In höheren Konzentration für manche Glasuren von Schalen ev. bedenklich. Es können dauerhafte Verfärbungen entstehen. Wenn Biotreecleaner auf die Schale kommt, dann rasch mit normalem Leitungswasser abwaschen. Kleidungsstücke, auf die Biotreecleaner gelangt, können dauerhaft gebleichte Stellen aufweisen.
Biotreecleaner muss unbedingt wie angegeben verdünnt werden. In hohen Konzentrationen kann er gefährlich werden.
Jeder ist für die sichere Anwendung und Aufbewahrung selbst verantwortlich. Für Missbrauch kann natürlich keine Haftung übernommen werden.
Anwendung für die Reinigung von Bonsai:
Falls als Salz geliefert: Zwei leicht gehäufte Esslöffel, also ca. 40 bis 50 Gramm reichen für 1 bis 3 Liter. Ein Gefäß aus Glas, Plastik (nicht Metall) mit mindestens 1 Liter Inhalt sauber vorbereiten. Das Gefäß unmissverständlich groß mit 'Achtung Säure, ätzend' beschriften. Die angegebene Menge des Salzes für 1 bis 3 Liter eingeben. Lauwarmes Leitungswasser etwa ½ Liter dazugeben. Mit einem normalem breiten Malerpinsel einrühren. Dann heißes Leitungswasser langsam dazu gießen und weiter rühren. Solange , bis mindestens 1 Liter eingefüllt sind. Dann sollte sich das gesamte Salz aufgelöst haben. Die Konzentration sollte eingehalten werden, also nicht weniger Wasser als 1 Liter verwenden. Mehr Wasser , also geringere Konzentration ist durchaus möglich und sinnvoll. Für Aufsprühen mit üblichen Sprühgeräten für Gartenbau ist eine geringer Konzentration, also z.B. verdünnte 1:5 sinnvoll. Beim Einrühren des Salzes den Kopf nicht über das Gefäß halten, es können ev. Dämpfe entstehen, die nicht eingeatmet werden sollen.
Auftragen von Biotreecleaner:
Es ist möglich, Biotreecleaner auf einen trockenen Baum aufzutragen. Besser ist es, den Baum durch Besprühen mit normalem Leitungswasser vorzubereiten. Den feuchten Baum dann mit einem normalen Malerpinsel großzügig bestreichen. Man kann natürlich ganz gezielt Totholz oder die Stellen, die deutlich sichtbar grün oder schmutzig sind, einpinseln. In der Praxis ist es meistens besser, den gesamten Baum von den Oberflächenwurzeln bis in die Zweigspitzen einzupinseln. Bei Außentemperaturen um 25°C oder wärmer wirkt Biotreecleaner sehr rasch. Die Wirkung hält aber auch nach mehreren Stunden und Tagen weiterhin an. Bei niederen Temperaturen kann die Wirkung 1 Tag bis mehrere Tage dauern. Die endgültige Reinigung stellt sich oft erst nach mehreren Wochen ein, ist dann aber vrblüfend. Der Baum sollte nach dem Einpinseln nicht sofort nass werden. Ansonsten rinnt das Mittel auf die Erdoberfläche. Das ist nicht schädlich, jedoch ist das Moos dann sicher braun. Wer auf Nummer sicher gehen will, der bedeckt die Oberfläche mit Tuch oder Papier. Wenn Biotreecleaner einmal auf der Baumoberfläche eingetrocknet ist, dann kann der Baum auch wieder nass werden. Giessen mit Leitungswasser oder Regenwasser nach einem Tag ist also völlig in Ordnung. Die Schalenoberfläche kann ev. auch gereinigt werden, falls mit Grünbelag versehen. Allerdings kann in seltenen Fällen bei höherer Konzentration die Glasur dauerhaft farblich verändert werden. Die Wirkung abwarten und nach einigen Tagen ev, noch einmal aufpinseln auf Stellen, die hartnäckig etwas grün oder schmutzig bleiben. Natürlich sollte man vermeiden, durch mehrmaliges Auftragen in kurzen Abständen eine zu hohe Konzentration zu erreichen. Aufsprühen im laublosen Zustand mit geringer Konzentration ist durchaus möglich und sinnvoll. Bei Besprühen im Feld mit niederer Konzentration ist kein Bodenschutz notwendig. Die Säure wird rasch durch die Erde neutralisiert.


Wednesday, October 21, 2009

Lixo Para a Janta - Português

Lixo Para a Janta - Português





Este eu postei no bom e velho bonsaitalk, quando ele era o forum mais ativo do mundo. Este tópico resultou em muitos acessos e comentários.




Eu não freqüento muito os fóruns de culinária, e não sei de fato o que se passa neles. Seria provável que uma das receitas de pudim se apresentasse assim?: "Eu fui até as latas de lixo de minha cidade recentemente, e elas estavam repletas de coisas que dariam uma boa refeição. Eu convidei meu chefe e sua esposa para um jantar esta noite, e peço a você, para me dar seu melhor conselho para organiza um maravilhoso jantar com o que eu tenho. " Eu adoraria ler a resposta! Cínico? Bem, isto acontece todos os dias com bonsai. Por alguma razão algumas pessoas pensam que a arte do bonsai consiste em fazer uma obra de arte com lixo! A verdade é esta: a arte do bonsai consiste em aprender como julgar e selecionar o melhor material possível antes de tudo. Algumas vezes ele pode até vir da lata de lixo, mas ainda assim é um bom material que um mestre pode avaliar rapidamente. Se um novato tenta a sorte com lixo, ele invariavelmente irá falhar. Por que as pessoas economizam R$20,00 de comprar um bom material e então passam horas trabalhando seu patético material vindo do lixo? Se alguém tem um trabalho honesto, deveria ser possível para ele receber R$10 à R$50 ou muito mais por hora de trabalho. Quanto tempo alguém trabalha em um bonsai durante um ano? 10 horas? 100 horas? Bem, aqui está uma simples equação: pegue a quantidade de horas que você possivelmente irá trabalhar em uma peça no futuro, multiplique por seu salário/hora. O resultado é uma soma razoável para gastar em material, o qual você irá trabalhar de maneira agradável. Eu gasto a maior parte do tempo, esforço e dinheiro em adquirir o melhor tipo possível de material. O melhor possível é apenas bom suficiente. Então as pessoas me perguntam o que fazer com o que encontram na lata de lixo - e esperam uma resposta polida sobre isso!! Isto vai além da possibilidade de ser politicamente correto, para mim. Alguém tem que dizer isto a eles, e eu digo!




Walter Pall
Traduzido para o Português por João Pedro Arzivenko Gesing